A MEDIDA DA RESPOSTA ISRAELENSE | ATUALIDADES



Estamos vivendo um momento muito delicado. Com o recente acirramento do conflito entre Israel e o Hamas, quem está pagando caro são os palestinos. Enquanto Estados Unidos e União Europeia estão apoiando incondicionalmente o Estado Judaico, pouco são os que estão pesando as condições deste conflito e tampouco levando em conta o sofrimento na Faixa de Gaza, que se prolonga há décadas.

É claro que a ação do Hamas foi inaceitável. O ataque terrorista promovido pelo grupo extremista no dia 07 de outubro deve ser repudiado e combatido. Israel tem, de fato o direito de se defender e de retaliar o grupo, mas isso não pode ser feito a qualquer custo.

O que se vê desde então, ao acompanhar toda a cobertura jornalística sobre o tema, é a ação indiscriminada do Estado Israelense sobre a Faixa de Gaza. Ao arrepio das convenções internacionais que regulam as guerras e definem as condições mínimas para reduzir os danos colaterais e proteger a população civil, Israel tem bombardeado escolas, hospitais e templos religiosos. Numa demonstração de intolerância e violência gratuita, rotas de fugas de civis estão sendo atacadas, além do corte de energia e do fornecimento de água para a população palestina.

Isso não é novo na história desta população. Há décadas a Faixa de Gaza é considerada uma enorme prisão a céu aberto. Isolada e sob controle israelense, até mesmo ajuda humanitária (da qual os habitantes dependem muito) tem tido dificuldade em atuar na região. Os palestinos de Gaza tem convivido com a escassez e incerteza constantes.

O problema é longo e resulta da intromissão e ingerência do Ocidente na Região. Diante da comoção (com razão) provocada pelo Holocausto, o movimento Sionista teve suas demandas atendidas e o Estado de Israel foi criado. O local, no entanto, já era ocupado a séculos pelos palestinos, que de uma hora para a outro viram seu espaço invadido.

Unilateralmente e com a conivência do Ocidente, Israel ampliou sua área de ocupação e expulsou os antigos ocupantes e espremeu os palestinos na Faixa e na Cisjordânia. Nessa época, os palestinos já reivindicavam a criação de seu Estado, o que não foi atendido até hoje.

Essa situação desencadeou conflitos e a região vive uma alternância entre períodos de maior ou menor tensão, muitas vezes resolvidas com acordos de paz ou de cessar fogo. A negligência com relação à Palestina e o apoio (armamentista e financeiro) dado pelo Ocidente a Israel, contribuíram muito para o acirramento das rivalidades na região.

Criticar a resposta israelense aos atentados do início de outubro não significa concordar com eles e muito menos apoiar o Hamas. É preciso ter em mente que atacar indiscriminadamente a população civil, voluntários que prestavam assistência e jornalista também é terrorismo. É importante lembrar que o Hamas, como grupo extremista, não tem compromisso com os direitos humanos e as convenções internacionais, mas Israel, como Estado reconhecido pela comunidade internacional e signatário das Nações Unidas, deveria ter.

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