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5 MENTIRAS SOBRE A DITADURA

No dia 31 de março de 2024 o Golpe de 64, que instaurou uma ditadura no Brasil, completou 60 anos. Apesar de traumático, o período que foi de 1964 até 1985 ainda é lembrado com saudosismo por alguns entusiastas do golpe que insistem em lembrar da ruptura com o nome de “revolução”.

Essa nostalgia alimenta os discursos inflamados em favor do AI-5, os pedidos de fechamento dos poderes e o clamor por uma nova intervenção militar. Eles se apoiam no discurso da extrema direita que defende o período como uma boa época para o país. Vamos enumerar agora e derrubar os principais argumentos em defesa disso:

1 - NÃO HAVIA CORRUPÇÃO?

Os entusiastas do regime militar alegam que com os militares no poder não havia corrupção no Brasil. Quem viveu esse período provavelmente pensa assim porque a imprensa era censurada. Isso mesmo! Diferente de como ocorre nos dias de hoje, o jornalismo não podia publicar notícias negativas sobre o governo e tampouco denunciar os muitos casos de corrupção que ocorreram. Mas eles foram vários.

De acordo com uma matéria do Uol que lista 10 casos de corrupção durante o regime militar, escândalos ocorreram, entre eles a vida dupla do delegado Fleury, os governadores biônicos, o Lutfalla e as comissões pagas a General Electric.

Se você acha que os militares eram sinônimos de ética e respeito com o dinheiro público, está redondamente enganado. A matéria citada fala também das mordomias de que gozavam os ministros e servidores em Brasília, inclusive filmes eróticos que eram censurados, mas estavam à disposição dos cidadãos de bem que dirigiam o país.

2 - MILAGRE ECONÔMICO?

Os saudosistas gostam de lembrar do período como a época em que o Brasil mais enriqueceu. Para isso, citam o “Milagre Econômico”, quando o General Emílio Garrastazu Médici era o presidente da República. Com 10% de crescimento ao ano, o país nunca teria progredido tanto economicamente.

Este desenvolvimento, no entanto, foi artificial. Para obter estes números, o governo tocou obras faraônicas regadas a verbas superfaturadas, como a Usina Hidrelétrica de Itaipu, as usinas nucleares de Angra 1 e Angra 2 e a Rodovia Transamazônica. Além disso, poucos foram os que usufruíram deste crescimento, visto que a maior parcela da população vivia em condições de vida deploráveis, mas isso era escondido do povo por conta da censura.

O saldo dessa empreitada foi a grave crise econômica e a hiperinflação que nos assolou durante os anos 80 e 90.

3 - A EDUCAÇÃO ERA MELHOR?

Muitos gostam de recordar os anos 60 e 70 como décadas em que a educação e o ensino eram muito melhores do que hoje. Mas isso não é verdade. Acontece que naquele tempo, a escola era seletiva e excludente. Ficavam fora dela todos que não conseguiam se adaptar aos métodos tradicionais de ensino. Quem não conseguia aprender, simplesmente abandonava os estudos.

A escola daquela época também não recebia estudantes com deficiência e com dificuldades de aprendizagem. Além disso, o ensino era categorizado. Havia um tipo de escola para formar dirigentes e outro tipo de escola para formar os trabalhadores, focada no tecnicismo e desprovida de pensamento crítico.

4 - HAVIA MAIS SEGURANÇA?

Se você é daqueles que pensam que os militares colocaram a casa em ordem e por isso as cidades eram muito mais seguras, você está muito equivocado. Em primeiro lugar, o governo não estava preocupado com o assaltante ou o batedor de carteira. Seu objetivo era perseguir os “inimigos do regime”.

Em segundo lugar, lembra da censura? O noticiário não podia transmitir informações que fizessem a população contestar a eficiência do governo. Por isso, não existiam programas de fim de tarde na TV como os do Datena e o Cidade Alerta.

A violência estava nas nossas portas, mas isso não ganhava projeção nacional como nos dias de hoje. Logo, por sermos constantemente bombardeados de notícias sobre assaltos, estupros, latrocínios, roubos e tudo mais, tendemos a acreditar que hoje o país é mais inseguro e que o caos está instaurado.

5 - O GOLPE NOS SALVOU DO COMUNISMO?

Essa é a maior balela quando se trata da “Revolução de 64”. Uma boa parcela da população, sobretudo a classe média e setores da Igreja Católica na época, estavam convencidos de que o Comunismo Internacional estava às portas do nosso país e que Jango seria o cavalo de Troia.

Hoje se sabe que esta ameaça nunca existiu. As elites precisavam barrar as reformas estruturais propostas por Jango. Acontece que elas agradavam as massas, mas ameaçavam o poder dos grandes empresários e grandes latifundiários no país.

Para aterrorizar a classe média, as elites fizeram uso dos meios de comunicação de massa para incutir nas pessoas o medo do comunismo, conquistando o passe livre delas e da Igreja para o Golpe sob o temor de “não se transformar em Cuba”

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