PEDAGOGIA DA AUTONOMIA - PARTE 06 | FICHAMENTO

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FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 49. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção." (p. 47)

O primeiro saber necessário na formação do professor, para Paulo Freire, é o de que ensinar não é transferir conhecimento. Essa ideia precisa ser constantemente trabalhada e vivenciada.

O professor deve ser sempre aberto ao diálogo e estar sempre disposto para as curiosidades, perguntas e questionamentos. A prática, para o autor, não pode findar-se no discurso teórico. Freire diz que se ela não for concreta, não se envolver e não prezar pela construção,

"[...] me emaranho na rede das contradições em que meu testemunho, inautêntico, perde eficácia. Me torno tão falso quanto quem pretende estimular o clima democrático na escola por meios autoritários." (p. 48)

ENSINAR EXIGE CONSCIÊNCIA DO INACABAMENTO

O professor que pensa certo não ensina pela transferência do conhecimento. É uma tarefa difícil que exige vigilância constante em relação à nossa prática para que possamos evitar simplismos e grosserias a fim de não permitir que a raiva se converta em raivosidade.

O professor que pensa certo não olha para os outros do alto da sua falsa superioridade, menosprezando aquele de quem não gosta. Ele valoriza a humanidade, reconhece a superação e não nega o próprio equívoco. Tal processo exige rigorosidade metódica, já que eles não se dá de forma espontânea.

O professor crítico, além de estar aberto à mudança e aceitar o diferente, é o responsável por tentar coisas novas, evitando se repetir de forma automatizada. Paulo Freire reforça essa ideia ao dizer que,

"Repito, porém, como inevitável, a franquia de mim mesmo, radical, diante dos outros e do mundo. Minha franquia ante os outros e o mundo mesmo e a maneira radical como me experimento enquanto ser cultural, histórico, incabado e consciente do inacabamento." (pp. 49-50)

O inacabamento humano é inerente à vida e próprio da nossa experiência. O suporte promovido pela linguagem, pela inteligibilidade e pela liberdade de opção, nos permite moldar o mundo à nossa maneira, nos tornando responsáveis por nossas escolhas. Isso nos coloca na questão ética por estarmos sempre expostos às novas invenções e descobertas, às guerras e a fome e à constante dualidade. A prática formadora é naturalmente ética e nos permite intervir para melhorar o mundo. Freire deixa isso claro na seguinte afirmação:

"Gosto de ser gente porque a história em que me faço com os outros de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades, e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse sua inexorabilidade." (p. 50)

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